sexta-feira, 16 de maio de 2008

O DEUS CORNÍFERO





O Deus Cornífero é o Deus fálico da fertilidade. Geralmente é representado como um homem com casco e chifres de um cervo. Ele é o guardião das entradas e do círculo mágico que é traçado para o ritual começar. É o Deus pagão dos bosques, o rei do carvalho e senhor das matas. É o Deus que morre e sempre renasce. Seus ciclos de morte e vida representam nossa própria existência. Ele nasce da Deusa, como seu complemento e carrega os atributos da fertilidade, alegria, coragem e otimismo. Ele é a força do Sol que da mesma forma, nasce e morre todos os dias, ensinando aos homens os segredos da morte e do renascimento.






Segundo os Mitos pagãos o Deus nasceu da Deusa, cresceu e se apaixonou por Ela. Ao fazerem amor a Deusa engravida e quando chega o inverno o Deus Cornífero morre e renasce quando a Deusa dá a luz ao Deus como a criança prometida. Este Mito contém em sí os próprios ciclos da natureza onde no Verão o Deus é tido como forte e vigoroso, no outono envelhece, morre no inverno e renasce novamente na primavera.






Para a maioria pode aparentar meio incestuoso, quando afirma-se que o Cornífero seja filho e consorte da Deusa, mas isto era extremamente comum aos povos primitivos onde os indivíduos se casavam entre os próprios familiares para conservar a pureza da raça. Isto não vem de uma discriminação, no mundo animal a fêmea busca o macho mais vigoroso, no Egito antigo no tempo dos faraós irmãos se casavam para se manter o mesmo gene. Além disso o simbolismo do Mito deve ser observado e pesquisado, pois todas as coisas vieram do ventre da Grande Mãe incusive o próprio Deus e por isso para Ela o Deus deve voltar.






O culto ao Deus Cornífero surgiu entre os povos que dependiam da caça, Ele sempre foi considerado o Deus dos animais e da fertilidade, e ornado com chifres, pois os chifres tem uma representação fálica e também representavam a fertilidade, vitalidade e a ligação com as energias do Cosmos ( Moisés usava um adorno na cabeça com chifres-Poder). Além disso a Bruxaria surgiu entre os povos da Europa, onde os cervos se procriavam com extrema abundância, por isso eram frequentemente caçados, pois eram uma das principais fontes de alimentação. Ao caçá-los havia todo um ritual sagrado e suas entranhas eram enterradas e o povo agradecia ao cervo pela carne que ele lhes ofertou.





Com o crescimento do Catolicismo e com a intenção do Clero em derrubar os antigos rituais da bruxaria, a figura atribuida ao Deus Cornífero acabou por personificar o Diabo e na atualidade resgatar o status deste importante Deus torna-se bastante difícil pois ja criou-se uma egrégora forte, principalmente entre os adoradores do mesmo como um ser poderoso que trabalha tanto para o mal quanto para o bem.






O Deus Cornífero representa o Sol, eternamente em busca da Lua, mas nele também encontramos a luz e a escuridão, a imortalidade e a morte, a interrupção e a continuidade. Cernunnos, como também é chamado, simboliza a força da vida e da morte. É o senhor dos cães selvagens e dos animais, é Ele que desperta-nos para a vida depois da morte. Seus chifres representam realidade, poder e a vitalidade e não uma ligação com o Mal.





Ainda existe hoje muita confusão acerca da Bruxaria e isto se deve a Igreja Medieval que transformou os bruxos em adoradores do demônio e a igreja sabia que os lugares sagrados eram lugares de poder, suas catedrais foram erigidas nestes mesmos lugares... bastante conveniente não? Os padres da época conheciam o poder que estes lugares enamavam e sabiam apropriar-se devidamente deles, inclusive logo no início na própria missa a Deusa tinha um papel bastante representativo que aos poucos foi perdendo seu lugar com a ascenção do patriarcalismo. O mesmo pode-se dizer da igreja católica que com o crescimento do clero na época altamente político, passou a ter métodos de persuação discutíveis até hoje como todos que estudam a bruxaria conhece... e a força e a Deusa se perdeu nas sombras de um passado obscuro, ficando somente no coração e mente de alguns pequenos aldeões sendo perpertuado de mãe para filha, principamente, passando de geração à geração somente através de ensinamentos não escritos.





O Culto a Deusa Mãe e ao Deus Cornífero é pre-cristão, mais precisamente do período neolítico, e ao contrário do que o catolicismo da época pregava, este Deus sapiente era venerado como uma deidade da bruxaria. E como tal ele ainda assim permanece na bruxaria moderna de hoje. Existem algumas bruxas, mulheres, que somente adoram a Deusa e a ela somente respondem, mas no meu ponto de vista há um desequilíbrio das polaridades e para haver o equilíbrio tem que se trabalhar as duas forças : Deusa-Deus, Negativo-Positivo, Yin-Yang, Lua-Sol, Passivo-Ativo, Noite-Dia e mais todas as polaridades existentes no mundo, pois é assim que tem que ser para que tudo funcione em perfeita harmonia e perfeição.



A Grande Mãe e o Deus Cornífero representam juntos as forças vitais da Natureza e quando encontram a terceira força, a cósmica do UNO temos o triângulo perfeito da Criação!!!



Muito se tem a falar desta duas deidades, mas ficaria muito extenso no blog, então vou postando aos poucos para que possamos entender melhor.


LUZ E HARMONIA










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