Afrodite inspirada em pintura de Apelles
Afrodite (do grego Ἀφροδίτη, Aphroditê) é a deusa grega do
amor, do prazer e da beleza, identificada pelos romanos como Vênus. A murta, a
romã, a maçã, a pomba, o pardal e o cisne são consagrados a ela.
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Urânia e Pandemos
Uma concepção tardia dividiu Afrodite em duas deusas
distintas, Afrodite Urânia, "Celestial", nascida sem mãe, do esperma
de Urano; e Afrodite Pandemos, "De Todos os Povos" ou "De Todo o
Povo", nascida de Zeus e Dione.
Esse conceito encontra-se pela primeira vez no século V
a.C., em Platão. Para os neoplatônicos e seus intérpretes cristãos, Afrodite
Urânia, ou Vênus Celestial, representa o amor espiritual, enquanto Afrodite
Pandemos era associada ao amor físico. Outras concepções davam a primeira como
deusa do amor lícito, matrimonial e a segunda como a do amor desregrado,
principalmente com prostitutas.
A representação de Afrodite Urânia com um pé descansando em
uma tartaruga foi interpretada como um emblema de discrição nos conflitos
conjugais. A imagem é creditada a Fídias em uma escultura criselefantina (de
ouro e marfim) feita para a cidade de Élis e notada por Pausânias. No seu culto
eram proibidas oferendas e libações de vinho.
Afrodite Pandemos foi representada em Élis, por Scopas,
cavalgando um carneiro. Afrodite Pandemos também era cultuada em Megalópolis,
na Arcádia e e Tebas. Um festival em sua honra foi mencionado por Ateneu e a
ela eram oferecidos sacrifícios de cabras brancas.
Originalmente, Afrodite Pandemos representava simplesmente a
união dos povoados, os "demos", em um só corpo político, como os que
formaram cidades-estados maiores como Atenas e Megalópolis. Era venerada em
Atenas junto com Peito ("Persuasão") e seu culto teria sido
instituído por Teseu quando unificou as comunidades da Ática. A transição para
a interpretação como "Afrodite Popular", "Afrodite Vulgar"
ou "Afrodite Promíscua" pode ter-se relacionado ao fato de seu
santuário, que teria sido mandado construir por Sólon, estar situado na popular
Ágora, a praça do mercado, ou de as hetairas terem custeado sua construção.
Símbolos
Afrodite foi, sucessivamente, representada envolta em finos
véus, seminua e mais tarde totalmente nua (a partir de Escopas e de Praxíteles,
século IV a.C.).
Os artistas apresentaram-na, geralmente, cercada de suas
flores preferidas, a rosa e a murta, e acompanhada dos seus animais favoritos,
as pombas, que ela atrelava ao seu carro. Também lhe eram consagrados os pomos
em geral, incluindo a maçã, a lima e o marmelo, mas mais especificamente a romã.
Era especialmente ligada às conchas (principalmente vieiras e amêijoas), que
representavam os órgãos sexuais femininos. Cisnes e delfins são também
freqüentemente associados a essa deusa.
Afrodite costuma ser acompanhada de um cortejo de servidores
e de servas que encarnam os prazeres e o encanto do mundo, das quais a mais
importantes são as Cárites e as Horas. As ninfas oréadas também costumam
acompanhá-la.
Sendo a ilha de Cítera sua primeira pátria e um dos centros
mais tradicionais de seu culto, a expressão "Viagem a Cítera"
tornou-se uma metáfora usual para a paixão amorosa e para o ato sexual.
Culto
No templo de Afrodite no alto do Acrocorinto (antes da
destruição da cidade pelos romanos em 146 a.C.), ter relações sexuais com suas
sacerdotisas ou hieródulas era uma das maneiras de cultuar Afrodite. O mesmo
costume existia em templos de Afrodite em Chipre, Cítera e na Sicília, seguindo
a tradição dos cultos a Inana, Ishtar, Astarot ou Astarte dos povos da
Mesopotâmia, Síria, Fenícia e Palestina.
Essas sacerdotisas entregavam-se nos templos da deusa aos
visitantes com o fito, em primeiro lugar, de promover e provocar a vegetação e
a fertilidade e, em segundo lugar, para arrecadar dinheiro para os próprios
templos. No riquíssimo (graças às hieródulas) santuário de Afrodite no monte
Érix, na Sicília, e em Corinto, nos bosques de ciprestes de um famoso Ginásio,
chamado Craníon, a deusa era cercada por mais de mil hieródulas, que, à custa
dos visitantes, lhe enriqueciam o santuário. Personagens principais das famosas
Afrodísias de Corinto, todas as noites elas saíam às ruas em alegres cortejos e
procissões rituais.
Embora alguns poetas cômicos, como Aléxis e Eubulo, ambos
do século IV a.C., tivessem escrito a esse respeito versos maliciosos, pedia-se
às hieródulas que dirigissem as preces públicas a Afrodite também em momentos
da maior gravidade, como nas invasões persas de Dario (490 a.C.) e Xerxes (480
a.C.).
Píndaro, um dos mais religiosos dos poetas gregos, celebrou
com um skólion (canção convivial) um grande número de jovens hieródulas que
Xenofonte de Corinto ofertou a Afrodite, em agradecimento por uma dupla vitória
nos Jogos Olímpicos.
Epítetos
Os epítetos mais usados entre os gregos eram o de Afrodite
Acidália, Cípria (Kypris) e Citeréia (Cytherea). O festival de Afrodite,
chamado Afrodisíaca ou Afrodísia, era celebrado em toda a Grécia, mas
especialmente em Atenas e Corinto.
Outros epítetos gregos comuns foram:
Aphrodite Akidalia: segundo Servius, derivada da fone
Acidalius perto de Orcômeno, na qual Afrodite se banhava com as Cárites; outros
ligam o nome com o grego άκιδες, acides, "preocupa-se".
Aphrodite Akraia - epíteto dado a deusa em templos situados
sobre colinas.
Aphrodite Alitta ou Alilat - nome pelo qual, segundo
Heródoto, os árabes chamavam Afrodite Urânia.
Aphrodite Amathousia ou Amathountia - derivada da cidade de
Amathus em Chipre, um de seus centros de culto mais antigos.
Aphrodite Ambologêra - de anaballô e gêras "que afasta
a velhice", nome de uma imagem em Esparta.
Aphrodite Anadyomenê - a deusa erguendo-se do mar, em alusão
à sua origem e a uma famosa representação de Apeles da deusa enxugando o cabelo
com suas mãos.
Aphrodite Antheia - o brotar, ou a amiga das flores, epíteto
usado em Cnossos.
Aphrodite Apatouria - "a enganadora", usado em
Phanagoria e outros lugares do Quersoneso Táurico, alude a um mito no qual
Afrodite foi atacada por gigantes e pediu socorro a Héracles. Ele se escondeu
com ela em uma caverna e, quando os gigantes aproximavam-se dela um por um, ela
os entregava a Héracles para que os matasse.
Aphrodite Aphakitis - da cidade de Aphace na Coele-Syria,
onde tinha um célebre templo e oráculo.
Aphrodite Apotrophia - "a expulsora", usado em
Tebras, onde descrevia a deusa como expelindo o desejo dos corações dos homens
depois do prazer pecaminoso. Seu culto teria sido instituído por Harmonia junto
com o de Afrodite Urânia e Pandemos.
Aphrodite Arakynthias - derivada do monte Aracynthus, onde
havia um templo de Afrodite.
Aphrodite Areia - a Afrodite de Ares, representada de
armadura, como em Esparta.
Aphrodite Argennis - de Argennus, favorita de Agamêmnon, em
homenagem à qual o rei construiu um santuário a Afrodite no rio Cephissus.
Aphroditê Hetaíra - "companheira",
"amante", protetora em Atenas das hetairas propriamente ditas.
Aphrodite Kallipygos - "de bela bunda", venerada
em Siracusa. A imagem alude a um conto segundo a qual um camponês tinha duas
belas filhas que se puseram a discutir na rua sobre qual tinha o traseiro mais
bonito. Um rapaz que passava, filho de um homem velho e rico, foi escolhido
como juiz. Não só se pronunciou a favor da irmã mais velha, como se apaixonou
por ela e acabou por levá-la para a cama e contar pra seu irmão mais novo.
Este, curioso, foi para o campo, viu as duas garotas e se apaixonou pela mais
nova. Quando o pai tentou fazer os dois jovens se casarem com moças da sua
própria classe, não conseguiu convencê-los e acabou por aceitar que se casassem
com suas camponesas. Ambas as moças foram chamadas de "calipígias"
pelos cidadãos de Siracusa e, ao ficarem ricas e famosas, fundaram o templo de
Afrodite e chamaram a deusa pelo mesmo epíteto.
Aphrodite Knidia - da cidade de Cnidus, na Cária, para a
qual Praxíteles fez uma estátua célebre.
Aphrodite Kôlias - de uma estátua no promontório de Cólias,
na Ática.
Aphrodite Despoina - "a déspota", epíteto usado
também em relação a outras deusas, como Deméter e Perséfone.
Aphrodite Diônaia - a "filha de Dione".
Aphrodite Erykinê - derivada do monte Érix, na Sicília, que
teria sido construído por Érix, filho de Afrodite e do rei Butes, ou, segundo
Virgílio, por Enéias. Psófis, filha de Érix, eria construito um templo a essa
Afrodite em Psófis, na Arcádia. Da Sicília, seu culto foi introduzido em Roma
no início da II Guerra Púnica e em 181 a.C. foi-lhe construído um templo fora
da Porta Collatina. Em Roma, representava o "amor impuro" e era a
padroeira das prostitutas.
Aphrodite Gamêlii - como uma das divindades protetoras do
casamento, a saber, Zeus, Hera, Afrodite, Peito e Ártemis e às vezes também as
Moiras.
Aphrodite Genetyllis - como protetora dos nascimentos e às
vezes como Genetile, uma divindade distinta, ou como Genaides ou Genetílides,
uma classe de divindades presidindo à concepção e ao nascimento em companhia de
Aphrodite Colias. O epíteto também é aplicado a Ártemis.
Aphrodite Hekaergê - "que atinge à distância",
epíteto usado em Iulis, ilha de Cós.
Aphrodite Idalia - da cidade de Idálion, em Chipre.
Aphrodite Limenia, Limenitês, Limenitis ou Limenodkopos -
"protetora do porto", epíteto também aplicado a Zeus, Ártemis e Pã.
Aphrodite Mêchaneus ou Mechanitis - hábil em invenções,
aplicado em Megalópolis.
Aphrodite Melainis - "a negra", epíteto usado em
Corinto.
Aphrodite Melinaia - derivado da cidade argiva de Meline.
Aphrodite Migônitis - derivado de Migonium, lugar dentro ou
perto da ilha de Cranne, na Lacônia, onde havia um templo da deusa.
Aphrodite Morphô - "formosa", epíteto usado em
Esparta à deusa representada sentada, com a cabeça coberta e os pés
acorrentados.
Aphrodite Nikêphoros - "que traz a vitória",
aplicado também a outras divindades.
Aphrodite Paphia - do célebre templo em Pafos, Chipre.
Também havia uma estátua de Afrodite Páfia no santuário de Ino, entre Oetylus e
Thalamae na Lacônia.
Aphrodite Peithô - "a persuasão", considerada uma
divindade distinta em Sícion, em cuja ágora tinha um templo, mas epíteto de
Afrodite em Atenas, onde seu culto teria sido introduzido por Teseu quando
unificou a Ática. Em Atenas as estátuas de Peitho e Afrodite Pandemos estavam
bem juntas e em Mégara a estátua de Peitho ficava no templo de Afrodite.
Syria Dea - "deusa síria", designação de Astarte.
Aphrodite Zephyritis - do promontório de Zefírio, no Egito.
Aphrodite Zêrynthia - da cidade de Zerinto na Trácia, onde
seu santuário teria sido construído por Fedra.
Com o nome de Vênus, Afrodite foi particularmente querida
dos romanos, que a consideravam ancestral de Enéias, de Rômulo e Remo e dos
Césares e a celebravam em vários festivais. Seu culto teria começado em Ardea e
Lavinium, no Lácio. Entre os epítetos de Vênus em Roma, contam-se:
O nascimento de Vênus de Sandro Botticelli - (1482-1486)
Venus Cloacina: fusão de Vênus com a deusa etrusca da água
Cloacina, que provavelmente resultou da proeminente estátua de Vênus próxima da
Cloaca Maxima (sistema de esgotos de Roma) erguida no lugar onde teria sido
feita a paz entre os romanos e os sabinos.
Venus Felix ("Vênus Feliz") foi o epíteto usado em
um templo na colina do Esquilino Hill em outro construído por Adriano e
dedicado a Venus Felix et Roma Aeterna on the north side of the Via Sacra. This epithet is also used for a
specific sculpture at the Vatican Museums.
Venus Genetrix ("Vênus Genitora") era Vênus no
papel de ancestral do povo romano, uma deusa da maternidade e domesticidade. Um
festival era celebrado em sua honra em 26 de setembro. Como Vênus era
considerada mãe da gens Júlia em particular, Júlio César lhe dedicou um templo
em Roma.
Venus Libertina era um epiteto que pode ter surgido de um
erro, quando os romanos tomaram lubentina ("agradável",
"apaixonante") por libertina (das escravas libertas). Um epíteto
possivelmente relacionado é o de Venus Libitina, Libentina, Libentia, Lubentina,
Lubentini ou Lubentia, que provavelmente surgiu da confusão com Libitina, uma
deusa funérea, com a Vênus Lubentina. Um templo foi dedicado a Venus Libitina
na colina do Esquilino.
Venus Murcia ("Vênus da Murta") foi um epíteto que
uniu Vênus a Murcia ou Murtia, uma divindade pouco conhecida, associada com a
murta. Algumas fontes a consideram uma deusa da preguiça.
Venus Obsequens ("Vênus Indulgente") era um
epíteto ao qual foi dedicado um templo em 293 a.C., durante a Terceira Guerra
Samnita, por Quintus Fabius Maximus Gurges. Foi construído com o dinheiro de
mulheres multadas por adultério e era o mais antigo templo de Vênus em Roma.
Provavelmente situava-se ao pé do monte Aventino, perto do Circus Maximus. No
dia de sua dedicação, 19 de agosto, era celebrado o festival da Vinalia
Rustica.
Venus Verticordia ("Venus que vira corações"), era
tida como protetora contra o vício e o festival da Veneralia era celebrado em
sua honra em 1º de abril. Um templo em sua honra foi dedicado em 1º de abril de
114 a.C,, seguindo instruções dos Livros Sibilinos, como expiação pela violação
do voto de castidade por três virgens vestais.
Venus Victrix ("Venus Vitoriosa") era um aspecto
armado de Afrodite herdado pelos gregos do Oriente, onde a deusa Ishtar nunca
deixou de ser também uma deusa da guerra. Foi a essa Vênus que Pompeu dedicou
um templo no topo do seu teatro no Campus Martius em 55 a.C. Havia também um
santuário de
Venus Victrix no monte Capitolino, com festivais em 12 de agosto e
9 de outubro. Na arte neoclássica, esse epíteto foi usado no sentido de
"Vênus vitoriosa sobre os corações dos homens" ou no contexto do
Julgamento de Páris.
Outros epítetos romanos incluem Venus Amica ("Venus
Amiga"), Venus Armata ("Vênus Armada"), Venus Caelestis
("Vênus Celeste"), e Venus Aurea ("Vênus Dourada").
Mitos de Afrodite
Vênus e Marte, de Sandro Botticelli (1485)
Hefesto nasceu feio e, por isso, foi atirado do alto do
Monte Olimpo aos mares por Hera, sua mãe. Foi recolhido por Tétis e Eurímone,
com as quais viveu por nove anos. Já crescido, ele se vingou dela, enviando-lhe
de presente um trono de adamanto. Quando Hera se sentou, correntes a prenderam
habilmente e nem Zeus foi capaz de quebrá-las. Hefesto só consentiu em libertar
a mãe em troca da volta ao Olimpo e da mão de Afrodite.
Ares, nas ausências de Hefesto, que tinha suas forjas no
monte Etna, na Sicília, partilhava constantemente o leito de Afrodite. Fazia-o
com tranqüilidade, pois deixava à porta dos aposentos da deusa uma sentinela,
um jovem chamado Aléctrion ("Galo"), que deveria avisá-lo da
aproximação do nascer do sol. Um dia, porém, o vigia dormiu e Hélios, o Sol,
que tudo vê e que não perde a hora, surpreendeu os amantes e avisou Hefesto.
Este, deus que sabe atar e desatar, preparou uma rede mágica, com correntes
invisíveis de adamanto e prendeu o casal ao leito. Convocou os deuses para
testemunharem o adultério e estes se divertiram tanto com a picante situação
que a abóbada celeste reboava com as suas gargalhadas. Após insistentes pedidos
de Posêidon, o deus coxo consentiu em retirar a rede. Envergonhada, Afrodite
fugiu para Chipre e Ares para a Trácia.
Desses amores, nasceram Fobos ("Medo"),
Deimos ("Terror") e Harmonia, que mais tarde foi esposa de Cadmo, rei
de Tebas. Aléctrion foi punido sendo transformado em galo e obrigado a cantar
toda madrugada, antes do nascimento do Sol.
Vulcano surpreende Vênus e Marte, de Jacopo Comin
"Tintoretto" (1551)
Por ter Eos se enamorado de Ares, Afrodite, enciumada, fez a
rival apaixonar-se violentamente pelo gigante Órion, a ponto de arrebatá-lo e
escondê-lo, com grande desgosto dos deuses, uma vez que o gigante, como
Héracles, limpava os campos e as cidades de feras e monstros.
Tão logo Afrodite nasceu, Zeus por ela se apaixonou e a
possuiu numa longa noite de amor. Hera, enciumada com a gravidez da deusa
oriental, e temendo que, se da mesma nascesse um filho com a beleza da mãe e o
poder do pai, ele certamente poria em perigo a estabilidade dos imortais, deu
um soco no ventre de Afrodite. O resultado foi que Priapo nasceu com um membro
viril descomunal. Com medo de que seu filho e ela própria fossem
ridicularizados pelos deuses, abandonou-o numa alta montanha, onde foi
encontrado e criado pelos pastores (outra versão faz de Priapo filho de
Afrodite com Dioniso).
Da união de Afrodite com Hermes, nasceu Hermafrodito, um
jovem belíssimo. Salmácis, uma ninfa Crinéia, apaixono-se por ele, agarrou-o
quando foi banhar-se em sua fonte e pediu aos deuses que jamais a separassem
dele. Desde então, Hermafrodito passou a ter uma dupla natureza.
Afrodite castigou Hipólito por ter-se dedicado à deusa da
castidade Ártemis e desprezado seu culto.
Inspirou a Fedra, madrasta de Hipólito,
uma paixão incontrolável pelo enteado. Repelida por este, Fedra se matou, mas
deixou uma mensagem mentirosa a Teseu, seu marido e pai de Hipólito, acusando a
este último de tentar violentá-la, o que lhe explicava o suicídio.
Desconhecendo a inocência do filho, Teseu expulsou-o de casa e invocou contra o
filho a cólera de Posêidon. Este enviou contra Hipólito um monstro marinho que
espantou os cavalos de sua biga, fazendo-o cair e ser arrastado e despedaçado.
O Julgamento de Páris, de Pieter Pauwel Rubens (1639)
Durante o banquete de núpcias de Tétis e de Peleu, para o
qual os deuses tinham sido convidados, Éris, a Discórdia, lançou para o meio
dos convivas um pomo de ouro, na qual figurava a inscrição καλλίστῃ (kallístê,
"à mais bela"). Hera e Atena opuseram-se, imediatamente a Afrodite,
cada uma delas reivindicando o pomo e o título. Zeus convenceu-as a remeter
esta questão à apreciação de um mortal, e foi eleito como juiz o Troiano Páris,
filho do rei Príamo. Hermes conduziu as três deusas junto dele, numa altura em
que este vigiava os seus rebanhos no monte Ida, na Frigia. Hera fez valer a sua
beleza senhorial e ofereceu a Páris o Império da Ásia; Atena, dotada de uma
beleza severa, garantiu ao príncipe troiano a invencibilidade e sabedoria;
Afrodite, soltando as fivelas que prendiam a sua túnica, desnudou-se e prometeu
a Páris o amor da mais bela mulher do mundo. Afrodite recebeu o pomo e o
troiano, em recompensa, conseguiria seduzir a bela Helena, esposa do rei de
Esparta, Menelau, dando início à Guerra de Tróia.
A beleza do troiano Anquises, "digna dos deuses",
fascinou Afrodite, a ponto de ela se disfarçar na filha do rei da Frígia para
amá-lo e lhe dar um filho, Enéias, que a deusa protegeu com todas as suas
forças. Diomedes quase o matou em batalha, mas Afrodite o salvou. Diomedes,
furioso, feriu Afrodite, que deixou cair o filho e voou para o Olimpo,
queixar-se do arranhão à sua mãe Dione, enquanto Apolo envolvia Enéas em uma
nuvem e o levava a Tróia, onde foi curado por Ártemis. Enéias, após a queda de
Tróia, ficou responsável pela perpetuação da sua raça e da sua pátria,
transferindo-as para Itália, no Lácio, onde, mais tarde, os seus descendentes
fundariam e governariam Roma.
O Nascimento de Adônis, de Marcantonio Franceschini
(1648-1729)
Téias, rei da Síria, tinha uma filha, Mirra ou Esmirna que,
desejando competir em beleza com a deusa do amor, foi castigada por esta com
uma paixão incestuosa pelo próprio pai. Com auxílio de sua aia Hipólita, Mirra
enganou Téias unindo-se com ele por doze noites consecutivas. Na última noite,
o rei percebeu o engodo e perseguiu a filha com a intenção de matá-la. Mirra
colocou-se sob a proteção dos deuses, que a transformaram na árvore que tem seu
nome.
Em outra versão do mesmo mito, Mirra era filha de Cíniras,
rei fenício de Chipre, e da rainha Cencréia. Esta ofendeu Afrodite, dizendo que
a filha era mais bela que a deusa, que então despertou na rival a paixão pelo
pai. Apavorada com seus próprios desejos, Mirra quis enforcar-se, mas Hipólita
interveio e facilitou a satisfação do amor incestuoso. Consumado o incesto,
Mirra fugiu para a floresta e foi a própria Afrodite que, compadecida com seu
sofrimento, a transformou em árvore de mirra.
Meses depois, a casca da mirra começou a inchar e no décimo
mês se abriu (ou, segundo outras versões, foi aberta pelo pai ou pelos dentes
de um javali), nascendo Adônis. Tocada pela beleza da criança, Afrodite
recolheu-a e a confiou, em segredo, a Perséfone. Esta, também encantada com o
menino, negou-se a devolvê-lo à esposa de Hefesto. A querela foi arbitrada por
Zeus, que estipulou que Adônis passaria um terço do ano com Perséfone, outro
com Afrodite e os restantes com quem quisesse.
Mais tarde, Ares, com ciúme - ou Ártemis, ou Apolo, segundo
outras versões - lançou contra Adônis um javali que o matou. Afrodite então
transformou seu amor em anêmona, flor da primavera, que continuou a passar os
quatro meses primaveris com Afrodite, para então fenecer e morrer. No afã de
tentar salvar o amante, Afrodite pisou num espinho de rosa e seu sangue deu à
flor um novo colorido.
Anênonas Vermelhas ( Anenone Coronaria)
Curiosidade : Voces sabem que passei anos querendo saber o nome desta flor? Amo as Tulipas e achava que era uma especie diferente de Tulipa e de repente me vem o nome deste jeitinho de um "mito" rsrsrs assim sao as coisas amo esta Deusa...então...tá explicado :)
Faces da Deusa
Venus
O Nascimento de Vênus de Adolphe-William Bouguereau ( 1879)
Afrodite Urania, de Christian Griepenkeri (1839-1916)
representa o globo terrestre como ideal dos artistas
Afrodite agachada copia romana de escultura helenistica
Aphrodite Kallipygos, copia romana de escultura helenistica de 100 a.c. - 1500 a.c.
( Afrodite admira seu proprio traseiro refletido na água)
Afrodite de Cnido. Copia romana de estátua de Praxiteles
do sec IV a.c.
Vênus Anadiômene, de Ticiano Vecellio (1488-90)
Vênus Verticórdia, de Dante Gabriel Rosseti (1864-68)
Conectando-se com Afrodite
Deite-se num lugar confortável e Inspire e Expire profundamente até se sentir completamente relaxada..
Usando a sua imaginação sinta-se em um jardim cheio de rosas e
orquídeas, douradas pelo pôr-do-sol, cujo perfume é carregado por uma suave
brisa primaveril.
Tal brisa acariciará seu rosto, massageará seus cabelos, e
seu corpo. Delicie-se ingenuamente e chame Afrodite. Um movimento sutil no ar
anunciará sua presença. Ela lhe estenderá a mão e a convidará para um passeio.
Vislumbrará então uma grande floresta, um de seus locais de poder. Neste templo
de árvores e pássaros, respire profundamente o cheiro da terra e o perfume das
flores selvagens. Escute a música delicada dos pássaros. Afrodite lhe ofertará
um presente: uma orquídea. Sinta e incorpore o seu aroma.
Neste momento uma
pomba pousará em seu braço. No olhar deste mágico ser você poderá compreender a
beleza misteriosa da deusa Afrodite. Vários pássaros a sua volta cantarão uma
linda uma linda melodia. Você deve dançar. Afrodite dançará com você e da
floresta surgirão as graças e outras musas que dançarão também com vocês.
Visualize o infinito, pois a partir deste momento você terá
em sua vida infinitas possibilidades de ser feliz, sendo você mesma, se
assumindo, se aceitando e se amando.
Sinta o encanto, o prazer e a magia de ser você Por onde
você pisa, brotam flores de todas as cores. Onde você passar neste mundo,
despertará o amor e a beleza e sentirá feliz por ser você e estar viva.
Quando achar que está pronta, abrace a Deusa Afrodite e agradeça os
momentos maravilhosos que passaram juntas. Ela lhe conduzirá até a saída da
floresta e depois você virá sozinha. Respire profundamente novamente e abra os
olhos. Feliz retorno!
Fontes :Wikipedia
La Diosa - Sharukh Husain, 1997
Junito de Souza Brandão, Dicionário Mítico-Etimológico da
Mitologia Grega, Vozes, Petrópolis 2000
Dicionário de mitologia grega e romana [1]
Wikipedia (em inglês): Aphrodite [2]
Wikipedia (em inglês): Venus (mythology) [3]
Wikipedia (em inglês): Venus Kallipygos [4]
Wikipedia (em inglês): Crouching Venus [5]
LUZ E HARMONIA
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2 comentários:
Olá, adorei este texto e já coloquei no face, veja lá aqui tudo continua lindo com a Grande Mãe. Muito grata... dharmadhannya
Salve a Mãe de todas as mães, a mulher que vive dentro de
todas as mulheres...
Ola Dharmadhannya
Seja muito bem vinda ao meu cantinho, desculpe so estar respondendo agora, mas tenho postado pouco por uma série de razoes. Mas olhando meu blog encontrei seu comentario e fiquei muito feliz. Com certeza assim que puder vou ver la no face e sei que vou ficar muito grata e feliz.
Volte sempre aqui é um cantinho para todos aqueles que aprecian a Arte da Grande Mãe!
Beijinhos com cheirinho de jasmim
Carinho
Caillean
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