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1 de novembro (Hemisfério Sul )
Na Roda do Ano este Sabbat tem data fixa, mas os antigos começavam a festejar na véspera logo que a Lua aparecia no ceu.
Cores :
Verde
Simbolos :
Da Deusa : Flores de todas as cores, para adornar a cabeça ou fazer colares e enfeitar o lugar sagrado, o caldeirao cheio da agua com flores (este ultimo simbolizando o útero fértil da Deusa).
Do Deus: Mastro de Beltane (Maypole, Mastro de Maio) feito de tronco de uma árvore forte e alta, normalmente o freixo e enfeitado com flores e tiras de fitas. Uma vez decorado, antigamente era elevado em uma praça da aldeia (um ponto focal das atividades da comunidade) para que todos dançassem em volta entrelaçando as fitas no mastro. Essa prática é mais do que uma simples dança de festa, o mastro simboliza o falo do Deus e ele sempre é ornado com uma coroa de flores simbolizando a o orgao sexual da Deusa. Ao entrelaçarem as fitas os participantes representam a união sexual do divino, a união da Deusa e do Deus. Na Europa Antiga, as pessoas celebravam Beltane unindo-se sexualmente em meio os bosques, e todas as crianças concebidas dessas uniões eram consideradas “bem aventuradas” e filhos da Deusa e do Deus. Essas uniões em meio às arvores era um ato de Magia simpática, de forma que se acreditava na união com os reinos animal, vegetal e humano.
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Maypole e as pessoas dançando entrelançando as fitas.
Ervas
Pilriteiro, Hera, Junipero, Jasmim, Artemisia, Patchouli
Pedras
Esmeralda, Quartzo Rosa
Significado
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Beltane (pronuncia-se Be-All-Twin) inicia-se, acendendo-se, segundo a tradição, as fogueiras de Beltane ao nascer da lua na véspera de 1 de Maio para iluminar o caminho para o Verão. É o mais alegre e festivo de todos os Sabbats. O Deus que agora é um jovem no auge da sua fertilidade, se apaixona pela Deusa. Na véspera de Beltane, as energias sexuais naturais atingem seu ponto mais alto. Marca a parte brilhante do ano e um tempo de equilíbrio natural. É um festival de luz que simboliza a união entre as energias masculinas - O Senhor das Florestas e femininas da terra - A Rainha da Primavera.
A Natureza celebra a grande fecundidade da Terra em rituais atraves da uniao sexual com o intuito fecundar. Por isso enquanto a Deusa e o Deus se amam, homens e mulheres da aldeia se unem, também, participando da exuberancia da natureza ao ansiarem por unir-se e reproduzir-se. Devemos lembrar que os povos antigos (pré-cristãos) cultuavam a imagem do feminino exatamente pela sua fertilidade, e isso implica o ato sexual.
No Beltane, algumas pessoas trajan-se de verde para homenagear o Deus Celtico Belenos. Tornan-se o "povo verde", os pequenos pãs com mascaras de folhagem, orelhas pontiagudas e pequenos chifres, representando a força vital da natureza, agora mais evidente do que nunca nos campos verdes. Acendem fogueiras e pulam sobre ela e passam seus rebanhos, entre duas grandes fogueiras para purificaçao. Por isso Beltane também é conhecido como Fogo de Belenos.
A luz das fogueiras de Beltane no topo dos montes e em lugares sagrados era um ritual importante em todas as terras célticas.Na Bretanha, nove homens levam nove tipos diferentes de madeira para acender a fogueira de Beltane. Nove é um número de grande potência para os celtas e é mencionado com freqüência na mitologia céltica.
Um antigo costume diz que os vinculos conjugais estão temporariamente suspensos durante este mes, chamado popularmente "febre de Maio", e no hemisfério norte havia a superstiçao que casar-se neste mes traria infelicidade. Por isso ocorre grande afluencia de casamentos em junho.
Comidas e bebidas sagradas
Os antigos Druidas faziam bolos redondos - Bolos de Beltane, que durante a celebração eram divididos em partes iguais e consumidos durante o Sabbat. Tomava-se muito vinho tinto que era distribuido para o povo em grandes garrafoes passados de maos em maos e todos ficavam embriagados e se entregavam a grandes alegrias e ao prazer. Tortas, bolos de frutas, cerejas e morango também eram consumidos.
Ritual
Desta vez nao vou colocar um ritual e sim uma passagem do Livro "A Senhora de Avalon" da Marion Zimmer Bradley, que nos mostra um pouco do que poderia ter sido "A Sagrada União".
(...) Sianna! Sianna! Sianna! - ele gritou, e o desejo daquele chamado fez sua voz ecoar em todos os mundos.
Por um tempo o Tor ficou em silencio aguardando. Entao ouviram o som que parecia de sinos de prata, ao longe. Junto soou o tambor, num ritmo rapido de dança, que fez os coraçoes saltirarem de alegria. (...) Logo conseguiu ver alguns rostos...era o resto do povo do pantano e outros nao humanos, que podiam caminhar com os homens naquela noite em que os portoes entre os mundos estavam abertos.
Um brilho branco se movia no meio deles, um pedaço de tecido transparente que seguravam como um dossel por cima de quem estavam escoltando. A musica ficou mais alta, as vozes se elevaram cantando a cançao dos noivos, os convidados abriram caminho para a procissao que chegava ao topo da colina.
Um rei em sua coroaçao, um noivo em seu casamento, um sacerdote em sua iniciaçao...todos os momentos de gloria divina. E Gawen, vendo o grupo que levava sua noiva, era tres.
Mas Sianna...apesar da grande beleza do Deus, a da Deusa era maior ainda. (...) O corpo inteiro de Gawen balançava com as batidas do seu coraçao. (...) Quando Sianna passou entre os pilares e foi ao encontro de Gawen, a luz ficou mais forte e o mundo fora do circulo desapareceu.
(...) Voce me chamou meu amado, e estou aqui...
A voz dela era suave e em seus olhos Gawen viu uma faisca que lembrava a menina humana com quem tinha procurado ninhos de passaros ha muito tempo. Assim era mais facil suportar o poder divino que pulsava dentro dele.
Nossa uniao - disse ele com dificuldade - servirá à terra e ao povo. (...)
Sianna chegou mais perto, pos as maos nos ombros dele, inclinou a cabeça para tras para beija-lo e Gawen, ainda com as maos abertas ao lado do corpo, inclinou-se para receber o que ela oferecia. E quando seus labio se encostaram nos dela, ele sentiu a divindade dominando seu corpo.
(...) Em poucos minutos as curvas suaves do corpo de Sianna estavam diante dele, mais belas que as joias que ela ainda usava.Entao ela se mexeu, soltando o cinto dourado dele, desamarrando seu kilt, dexando-o livre também. Maravilhado, ele tocou nos seios dela e a abraçou como se fossem um so, beijando-a novamente.
Onde deitamos, meu amor? - ele sussurrou, quando conseguiu respirar de novo.
Sianna chegou para tras e deitou sobre a pedra. Gawen ficou diante dela, sentindo a grande corrente que passava pelo Tor, saindo do centro da montanha e subindo pelas solas de seus pes, percorrendo sua espinha, até faze-lo tremer com o poder. Cauteloso, como se qualquer movimento repentino pudesse faze-lo partir-se em pedaços, ele se inclinou por cima dela, mergulhou entre as coxas abertas, e encaixou seu corpo ao dela.
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No Instante em que se uniram ele sentiu a barreira da virgindade de Sianna e soube que ela nao tinha mentido, mas isso nao importava mais. Ele voltava para casa, com a doçura que o homem que havia nele nao esperava, e uma certeza que o deus que havia nele reconhecia com alegria. Ficaram imoveis durante o tempo de um suspiro, mas o poder que os unia nao podia ser negado.
Quando Sianna o segurou, Gawen começou a se mover no ritmo da dança mais antida de todas, e ele soube que era apenas um canal para o poder que passava por ele, que o levava a dar toda a força que tinha para a mulher com quem se deitava. Sentiu quando ela se tranformou em fogo embaixo dele, se abrindo ainda mais, e apertou-a como se pudesse alcançar algo alem da humanidade atraves daquele corpo humano.
No momento final, em que ele achava que estava alem do pensamento racional, ouviu Sianna murmurar.
- Eu sou o altar....
- e eu sou o sacrificio - ele respondeu, e nesta hora liberou a paixao do homem e o poder do deus que havia dentro dele.
O fluxo de energia que jorrava, magnificado pela união do Deus e da Deusa, voltou a Tor. Grande demais para o canal principal, percorreu todas as passagens existentes, pulsando pelas linhas menoras que se cruzavam no Tor, para abençoar toda a terra. (...) Os tambores, que continuavam batendo no mesmo ritmo desde o momento em que Sianna juntou-se a Gawen no circulo, explodiram num troar repentinho de exultaçao, e ouviu-se uma voz a principio, depois outra, gritando bem alto e por fim todos na colina gritavam de alegria.
- O Deus se uniu à Deusa - O Senhor com a Terra!
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Este lindo conto, inspirado nas antigas festas pagãs é minha contribuiçao para este grande Sabbat.
Se quiserem fazer um ritual eu recomendo darem um pulo no GRIMOIRE com que compartilho esse lindo mundo magico.
Os doces de Beltane estao no Feitiços & Cia.
LUZ E HARMONIA E MUITO AMOR